segunda-feira, 12 de maio de 2008

A arte e o novo paradigma da educação na nova tecnologia

A arte e o novo paradigma da educação na nova tecnologia
Por Eli Mara Zugolaro

Buscar compreender o mundo como uma teia de eventos e processos em um fluxo dinâmico, em contínua mudança. Seria reconhecer as interconexões entre sujeito e objeto, entre homem e ambiente, entre consciente e inconsciente. Seria o que Piaget (1976) identifica como a busca constante do equilíbrio, através de trocas entre sujeito e meio, trocas estas que podem ser caracterizadas como uma sucessão de estados temporários de equilíbrio, separados por fases de desequilíbrio e busca de novos equilíbrio, em novos patamares. A introdução das novas tecnologias de informação e comunicação, potencializou os processos de produção de redes, pessoais e coletivas, mediante a inserção de novos elementos, que têm propiciado criativos caminhos entre pontos interconectados nas mesmas. Alunos e professores, têm evidenciado uma compreensão de mundo onde tudo está conectado e em renovação contínua, formando um todo não mais possível de ser fragmentado. O mundo é visto e compreendido sob uma ótica holística e ecológica. Este novo posicionamento tem facilitado o desenvolvimento de trabalhos interdisciplinares, construídos em processos de interação à distância. Nesta visão de educação, aluno, professor e os processos de aprender passam a ter novos e significativos papéis. O aluno passa a ser o foco do processo de aprender. É considerado como um sujeito original, diferenciado em suas inteligências, dotado de estilos próprios de aprender, que trazem, como conseqüência, diferentes formas e caminhos de resolução de problemas. É, também, considerado um sujeito coletivo, que influencia e é influenciado por ações e pensamentos, reconhecendo o potencial do outro em processos cooperativos de construção. Ele é o protagonista. O professor, além de especialista, passa a ser o articulador, o orientador e o parceiro nesta aventura. Cabe a ele ajudar a combinar interesses, necessidades e estilos de aprender dos alunos com as possibilidades curriculares que diferentes ambientes de aprendizagem, em interconexão, põem à disposição. Isto obriga, alunos e professores, a estarem em constante interação, a fim de reconhecerem os momentos em que podem envolver seus esquemas de operação e de representação individuais, dos quais, aos poucos, são extraídos os significantes que acabam por produzir o coletivo. Neste processo, o professor precisa conhecer a fundo seu campo de conhecimento, para compreender em que ponto está o aluno e assim, poder fazer perguntas inteligentes , desafiadoras e desequilibradoras que estimulem a indagação e a busca . Da mesma forma, assume relevância os processos de aprender. Hoje, o indivíduo precisa desenvolver suas capacidades de intuir, imaginar, levantar hipóteses, refletir, analisar, organizar e selecionar para uma tomada de decisão consciente. Precisa desenvolver novos talentos que possibilitem novas formas autônomas de criação, comunicação e expressão nas ciências, artes e técnicas. Precisa desenvolver atitudes de solidariedade, cooperação e reciprocidade, contribuindo para o aumento da consciência social. Precisa aprender a entregar-se com alegria à aventura de soltar a imaginação e a inteligência para criar e construir o novo, sempre disposto a reconstruir, na medida em que entende a relatividade do produzido. A construção do conhecimento, nesta perspectiva, tem, entre suas características, a de ser contextualizada e formalizante, atingindo patamares de formalização cada vez mais elevados, à medida que os sistemas de representação do sujeito vão formando redes, conectando conceitos, teorias e modelos. Este processo se desenvolve enquanto ele refaz a história de construção deste conhecimento, a partir de objetos e ações que fazem sentido para ele. Nestas redes, nenhuma ciência ou teoria é mais importante, propiciando a superação das barreiras disciplinares e das seqüências hierárquicas de conteúdos. Desta maneira, o conhecimento é entendido como um constante “tornar a ser”, onde cabe diferentes pontos de vista, resultantes de processos de descentração dos sujeitos e da relativização das verdades.

http//arianelimara.blogspot.com
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